quarta-feira, 28 de setembro de 2016

POR: ANA MARGARIDA ROSEMBERG - A DEUSA DA JUSTIÇA BRASILEIRA


Ana Margarida Arruda Rosemberg com 18 anos - 1969.

                              A DEUSA DA JUSTIÇA BRASILEIRA
 
A justiça tem as deusas do mundo antigo; duas da mitologia grega (Themis e Diké) e uma da romana (Lusticia). A deusa Diké é geralmente representada segurando uma balança e a deusa Themis uma espada. Ambas trazem os olhos bem abertos. A deusa Lusticia é representada segurando a balança com as duas mãos e traz os olhos vendados.
Os versos de Hesíodo retratam a origem das deusas Themis e Diké. Themis, deusa da lei divina e da equidade, é filha de Urano e Gaia. Themis uniu-se com Zeus e gerou a deusa Diké.
Diké, em suas mais diversas representações, segura uma espada com a mão direita e uma balança de pratos com a esquerda. A espada simboliza a força e a balança de pratos a igualdade que a justiça deve ter ao julgar os homens quando violam as leis. O fiel da balança fica no meio quando o ato da justiça for justo. Caso contrário, um dos pratos penderá para um lado. A deusa Diké é geralmente representada descalça e com os olhos abertos em busca da verdade. As três deusas são representadas em pé e contrastam com a representação da deusa da justiça do Estado Brasileiro. 
Plasmada na escultura de Alfredo Ceschiantti, que se encontra em frente ao Supremo Tribunal Federal, a nossa deusa está sentada, com os olhos vendados e com uma espada nas mãos; não há a balança.  
Causa um certo desconforto ver a nossa justiça sentada há mais de meio século, com uma espada e os olhos vendados. Se eu tivesse o dom de falar com as deusas, eu diria: levanta-te, para seres mais ágil; tiras essa venda dos olhos, para que tu vejas as injustiças que muitos magistrados brasileiros estão cometendo; seguras firme esta balança para que ela não penda só para um lado. Sejas como as deusas gregas e a justiça no Brasil será implantada. 

Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg.
Paris, 25 de junho de 2016

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